quinta-feira, março 27, 2008

Comprarás Quem?

Pode até parecer oportunista de minha parte apresentar agora, num momento tão esclarecedor para a população campista a canção abaixo, mas acredito que muitos vão dizer: ele tirou as palavras da minha boca.
Continuando neste tom de frases que se tornaram domínio público, hoje, a partir das duas da tarde, a adaptação de uma bíblica cairá bem: "O bom filho à casa torna". Afinal de contas sete filhos, de nascimento ou/e de forte ligação com antiga "mãe" prefeitura de Campos, estarão sendo interrogados na Primeira Vara Federal da cidade. Na bíblia, o número sete representa a perfeição. Então, pra quem ainda não sabe lá vão o nome dos sete perfeitos... (Cuidado! Não devemos julgar ninguém, já dizem as santas escrituras). São eles: o empresário Ricardo Luiz Paranhos de Macedo Pimentel; o ex-procurador geral de Campos Alex Pereira Campos; o ex-gerente de Desenvolvimento de Campos Edilson de Oliveira Quintanilha; o ex-gerente Geral de Campos Francisco de Assis Rodrigues; o empresário Antonio Geraldo Fonseca Seves; o presidente da Fundação José Pelúcio Ferreira, Marco Antonio França Faria; e o presidente da Cruz Vermelha Brasileira - filial Nova Iguaçu -, José Renato Muniz Guimarães.
"Bons" filhos que não devemos julgar nos ensina o novo testamento. Afinal, todos por aqui temos um "Telhado de Vidro", pois as organizações públicas são o reflexo da sociedade. Tanto que não é difícil ouvir e nem é preciso ser um observador, basta estar num ponto de ônibus para escutar "eles não roubaram direito". Esta frase tem virado domínio público no município. Já diz a profecia, os maus vão ser punidos. Portanto, seja o trigo!

Profecia Hoje

Vão ver o sol nascer quadrado /
antes do final do dia /
Destruiremos o covil de ratos /
diz a atual profecia /
Alguém vai te delatar safado /
nem ouse usar de hipocrisia /
os bons se erguerão ao nosso lado /
contra tua ideologia /
Comprarás quem ladrão? /
Corromperás quem vacilão? /

domingo, março 16, 2008

Observador



"Somos pensamentos guardados no sótão para ninguém ver". Esta frase me ocorreu há alguns anos e acabou se tornando o primeiro verso da canção, "Café Leblon", de minha autoria e do meu parceiro de tantas outras canções Ramon Matheus. Neste caso, a citação abre a reflexão sobre um relacionamento cheio de conflitos existênciais e uma idéia lúdica diante da passagem do tempo. Porém, olhando hoje para estas cinco palavras me pergunto a "real" conotação deste insite. Com esse novo mundo em que um cara como eu pode ser escutado, lido, visto e mais futuramente quem sabe até sentido - na velocidade que as coisas vão... - por qualquer um no planeta, fico em alerta quanto a todo esse poder que cada um nós passou a ter nas mãos.

A frase ganhou novas cores quando terminei a Dialética do Esclarecimento, de Adorno & Horkheimer. Sem exagero me arrisco a dizer que me senti como um recém-saído da Matrix. Este livro trata de colocar a Indústria cultural - essa mesmo da TV, rádio, jornais, para ficar nos mais tradicionais - como uma ferramenta de manipulação, que leva o homem a agir conforme a linha ideológica vigente, que é a mercadológica, a sociedade do consumo, seguindo os conceitos capitalistas. E foi esta questão que me fez aventurar como um emissor de pensamentos. Afinal, se somos pensamentos guardados no sótão pra ninguém ver, se cada um de nós traz consigo um segredo, não seremos nós mais um, mais dois, mais um milhão a jogar o xadrez da manipulação. Conseguiremos suportar a tentação - ou até mesmo os costumes - deste novo status social.

Democratização é o termo mais usado pelos os que defendem as novas tecnologias da informação. O Blog veio para dar a todos nós a possibilidade emitirmos opinião e não sermos apenas bombardeados ideologicamente pela indústria cultural. Contudo, volto a perguntar a você. Se tu fosses o dono da rede Globo de Televisão agiria diferente da forma atual da emissora? Revelaria todos os pensamentos guardados no sótão, diria só a parte que te lhe garantisse algum retorno, ou ainda, contaria apenas a sua versão dos fatos?

Assim faço um convite a todos que querem fugir da Matrix. Aqui vou tentar mostrar que tudo tem um porquê. Não estou falando de misticismo ou coisa semelhante, mas de observação. Este blog é para observadores. Jornalistas ou aprendizes de feiticeiros – como costuma dizer o professor do Uniflu-Fafic, Orávio de Campos Soares. Tanto nas notícias, como em cenas do cotidiano, observando vamos achar o que há por trás de tudo. Vamos vasculhar o sótão.















Café Leblon

Somos pensamentos guardados no sótão / para ninguém ver / Ontem, eu te queria pra todo mundo / hoje nem pra você / Sufocados pelo tempo / tentados por sonhos materiais / inventamos que o momento / não era hora pra algo mais / Vendo o meu rosto amargo / refletindo o passo errado / lembranças dos gestos / tudo vem à tona / Só nesta manhã fria perco a pressa / banho o meu rosto / Ah! quem me dera / Abrir os olhos e perceber / a rotação inversa / voltando ao lugar / ao nosso lugar / pena que eu não... / Eu não sei se ainda tem aquela velha banda no Café Leblon / Eu não sei se ainda tem aqueles velhos discos com o nosso som / Eu só sei que ainda há quem / vê nas lembranças os sinais / que o momento certo vai chegar / não quero o tempo de volta / mas você / nosso lugar